Com certeza você já ouviu que seu dinheiro no banco X rende 100% do CDI, mas afinal, o que significa essa sigla? O setor financeiro está repleto de abreviações e terminologias difíceis que podem ser confusas à primeira vista. E hoje, vamos entender o real significado de Certificado de Depósito Interbancário (CDI), um dos termos mais utilizados no mundo econômico pelo investidores.
Se você está se perguntando o porquê ele é tão importante, você veio ao lugar certo. Discutiremos este conceito, como ele é calculado, por que ele difere da Taxa Selic e de outros investimentos como o Certificado de Depósito Bancário (CDB).
O que é um CDI?
O Certificado de Depósito Interbancário (CDI) é um termo comumente utilizado na comunidade financeira, parece complicado, mas na verdade é bastante fácil de compreender:
Pense no CDI como a taxa de juros típica que os bancos cobram uns aos outros por empréstimos. Isso mesmo, talvez você ainda não saiba, mas as instituições emprestam dinheiro umas às outras todos os dias e o CDI é a taxa que capta essa atividade.
O CDI, então, serve como um indicador da situação do mercado financeiro de acordo com esses empréstimos no fim do dia, mas sua importância estende-se para muito além do sector bancário, já que ele serve como uma das principais referências para os diversos tipos de investimentos com títulos públicos pós-fixados, por exemplo o Tesouro Selic. Além disso, também serve de base para operações de crédito, influenciando as taxas de juros que você paga! Viu só, como é importante entender?
O CDI, portanto, é estabelecido após um determinado período, normalmente um dia, e é baseado nas taxas de empréstimo cobradas pelos bancos durante esse tempo “overnight” (24 horas). Então podemos concluir que é uma referência dinâmica que se adapta às mudanças do mercado.
Por que os bancos emprestam dinheiro uns aos outros?
Já deu para perceber que o CDI está mais presente em nossas vidas do que imaginávamos, não é mesmo? Mas por que raios os bancos emprestam dinheiro uns aos outros?
Bom, o Banco Central determina que os bancos terminem o dia com um saldo de caixa positivo, ou seja, mais dinheiro entrando do que saindo. No entanto, nem sempre isso acontece e em geral, o fator principal que corrobora com esse fato é a possibilidade de terem sido feitos menos depósitos do que saques, por exemplo.
Em situações como essa, os bancos oferecem empréstimos para cobrir essa diferença para que o dia do “coleguinha” não termine no vermelho e vice e versa. Essa grana que vem de outros bancos, precisa ser remunerada com uma taxa adicional pelo empréstimo. E adivinha o que é essa taxa? Exatamente: o CDI!
Como o CDI é calculado?
Embora relativamente simples, o CDI é determinado pela média das taxas praticadas nessas operações interbancárias, levando em consideração seus respectivos volumes financeiros.
Ela é publicada diariamente e é importante sabe-la porque os produtos, serviços e investimentos financeiros giram em torno dela!
Qual o impacto do CDI nos investimentos?
Mas como essa taxa vai interferir nos meus investimentos? É hora de analisarmos como o Certificado de Depósito Interbancário (CDI), que você agora conhece, afeta essa parte da sua vida.
Vimos que o CDI é uma referência que tem impacto imediato no retorno do seu investimento: muitos deles são indexados ao CDI e fornecem uma taxa de retorno baseada em uma parcela desse valor. Por conta disso, o retorno desses investimentos aumenta junto com o CDI e também cai junto com ele nos casos de renda fixa.
Nos investimentos com renda variável, como as ações, o CDI tem efeito secundário: à medida que ele sobe, os juros de empréstimos e financiamentos tendem a subir também, o que pode tornar as ações menos atraente para empresas e consumidores.
Quando o CDI cai, por outro lado, o custo do empréstimo também cai, o que pode aumentar o interesse pelo investimento e proporcionalmente, pelo mercado de ações.
Por isso, na hora de tomar decisões de investimento, é fundamental ficar de olho nas oscilações do CDI. Recomendamos, por exemplo, que considere os investimentos em renda fixa quando o CDI estiver subindo, ao passo que, talvez seja mais atraente buscar oportunidades na renda variável quando ele está em queda.
CDI x SELIC: Qual a diferença?
Embora estas duas taxas possam à primeira vista parecer equivalentes, existem diferenças significativas entre elas.
O CDI, como vimos, é uma medida da taxa de juros típica que os bancos impõem uns aos outros quando emprestam dinheiro, é muito utilizado no mercado financeiro brasileiro e é uma das principais referências para os diversos tipos de investimentos. Além disso, sua taxa é determinada todos os dias por meio de transações interbancárias.
Já a Taxa Selic, conforme determinação do Banco Central, é a taxa básica de juros da economia brasileira, utilizada como instrumento de política monetária para conter a inflação e promover a expansão econômica. Muitos investimentos, principalmente títulos públicos federais, a utilizam como referência.
A grande diferença entre CDI e Taxa Selic está, portanto, na natureza das operações. O CDI é uma taxa de mercado, determinada por transações entre os próprios bancos, enquanto a Taxa Selic é definida pelo Banco Central com base em fatores macroeconômicos, como inflação e crescimento do país.
Crescimento econômico brasileiro e o CDI
Agora que conhecemos as distinções entre o Certificado de Depósito Interbancário (CDI) e a Taxa Selic, é hora de sabermos a importância do papel do CDI na economia brasileira como um todo.
Apesar de muitas pessoas a considerarem apenas como uma taxa de referência para investimentos, as suas implicações vão muito mais longe do que isso. As políticas monetárias do Brasil, por exemplo, estão intrinsecamente ligadas ao CDI.
Isso ocorre porque a Taxa Selic é o principal instrumento que o Banco Central utiliza para regular a inflação e incentivar ou impedir o crescimento econômico e quando ela está alta, as taxas de juros geralmente aumentam no mercado, aumentando também o custo do crédito.
Isto tende a desencorajar o investimento e o consumo, o que ajudará a manter a inflação sob controle. Porém, quando a Taxa Selic é reduzida, acontece o contrário: o crédito fica mais acessível, promovendo o investimento e o consumo.
E claramente tudo isso reflete diretamente em ninguém mais ninguém menos que o CDI, pois determinará a movimentação diária nos bancos. Além disso, o CDI também se associa com a inflação, por isso, tende a subir durante “booms” econômicos e períodos de elevada procura de crédito, o que pode pressionar a inflação. Como consequência, Banco Central acompanha de perto o valor do CDI para tentar manter a estabilidade nos preços.
Em resumo, o CDI é mais do que apenas uma taxa referencial: é um indicador importante do estado da economia brasileira e afeta as políticas monetárias, bem como as decisões empresariais e pessoais.
É importante lembrar que embora construir uma carteira de investimentos usando o CDI como guia possa ser uma boa estratégia, não é o único fator a ser levado em consideração. Seus objetivos, o tempo e a tolerância ao risco são fatores importantes nessa hora. E recomendamos fortemente que você procure auxílio de um profisisonal do mercado de investimentos para caminhar ao seu lado nessa jornada!
Todas as informações presentes neste e em outros artigos PIXIN podem passar por mudanças ao longo do tempo. Verifique atualizações com as instituições e empresas mencionadas.
Referências:
Leia mais sobre outros assuntos em nosso blog: https://pixin.com.br/category/blog/