Autofinanciamento: é crime passar o cartão na própria maquininha?

Imagine a seguinte situação: você, empreendedor, precisa de dinheiro, mas não tem acesso à crédito. De repente, você pensa na possibilidade de passar o cartão na própria maquininha para conseguir dinheiro. Essa prática se chama autofinanciamento e, apesar de inofensiva, pode trazer diversos problemas para a vida de quem faz. 

Nesse artigo, você vai entender um pouco mais sobre o autofinanciamento, sobre suas consequências e quais são as alternativas para esses momentos financeiras difíceis. 

O que é autofinanciamento? 

Na prática, o autofinanciamento é uma forma de financiar a si mesmo, sem recorrer a empréstimos de instituições financeiras.

Nesse caso, o dinheiro para financiar seu objetivo vem do próprio bolso – ou de um valor arrecadado por várias pessoas, semelhante ao que acontece em um consórcio. 

Existem diversas formas de se autofinanciar, porém, é preciso ter cuidado com algumas delas. 

Uma delas, que é a prática de passar o próprio cartão na maquininha, é um recurso cada vez mais utilizado por pessoas que buscam acesso rápido a dinheiro.

A estratégia consiste em realizar uma transação simulada de venda em uma máquina de cartão, utilizando o próprio cartão de crédito para receber o valor como se fosse uma venda, pagando as taxas de operação cobradas pela empresa responsável pela maquininha.

É crime?

Apesar de parecer uma prática inofensiva, esse tipo de autofinanciamento é uma prática ilegal e fraudulenta. 

Se você está se perguntando o motivo, vamos à explicação. As operadores de cartão fornecem crédito pelas máquinas para a venda de produtos ou serviços. 

Contudo, no autofinanciamento, não há uma transação legítima sendo feita – mas sim uma busca de crédito. Ou seja, isso representa uso indevido do cartão, porque o crédito concedido por meio da simulação de compra é usado justamente para pagar a própria dívida da pessoa com a administradora. 

O cartão e as maquininhas possuem tecnologias para reconhecer esse tipo de transação. Pode funcionar algumas vezes, mas em algum momento você pode sofrer uma das consequências dessa prática. 

E o que acontece com quem pratica esse autofinanciamento? A pessoa pode ter a transação cancelada, perder a maquininha ou o cartão de crédito e o mais grave, sofrer uma acusação criminal. 

Vale dizer também que essa prática também é considerada ilegal se você utiliza para conseguir crédito para outras pessoas. Por exemplo, se você passa o cartão de algum amigo, parente ou conhecido para o valor cair na sua conta e você repassar para ele, sem que de fato exista a venda de um produto. 

Essa é prática é considerada agiotagem, que também é um crime. A pena é de 6 meses a 2 anos de detenção, além do pagamento de multa.

Por que as pessoas recorrem ao autofinanciamento?

O autofinanciamento pode ser uma alternativa tentadora em uma série de situações. A mais comum é a de emergências financeiras, em que há a necessidade de conseguir dinheiro de forma rápida e sem burocracias. 

Além disso, muitas pessoas têm dificuldades para conseguir empréstimos e financiamentos, às vezes pela falta um garantias ou por um histórico de crédito ruim. 

Por outro lado, algumas pessoas recorrem ao autofinanciamento para tentar reorganizar dívidas, aproveitando prazos mais longos do pagamento no cartão de crédito para quitar outras pendências.

Os empreendedores também veem no autofinanciamento uma alternativa para conseguir capital de giro, principalmente em períodos de baixa financeira. 

Capital de giro para negócios: Pequenos empresários podem recorrer ao autofinanciamento para obter capital de giro, especialmente em momentos de baixa movimentação financeira.

O risco do endividamento

Além do autofinanciamento não ser uma prática legal, ele também causa problemas nas finanças. Um dos motivos são as taxas de operação que são cobradas pelas operadoras de maquininhas. Ao realizar a transação, o usuário paga uma tarifa que varia entre 2% e 6% do valor movimentado, dependendo do tipo de pagamento (débito, crédito à vista ou parcelado) e da operadora.

Ou seja, caso você faça uma transação de R$ 1.000 e a taxa for de 5%, já perderá R$ 50 no processo. No caso de parcelamentos, os custos podem ser ainda maiores, pois as operadoras geralmente cobram juros por parcela. Isso transforma o autofinanciamento em uma solução cara, especialmente para quem já está em dificuldades financeiras.

Além disso, vale destacar que o autofinanciamento utiliza o limite do cartão de crédito, que não é um recurso gratuito. Se o valor não for quitado na data de vencimento do cartão, juros rotativos extremamente altos serão cobrados, variando de 10% a 20% ao mês em muitos casos. Esses juros podem transformar uma dívida pequena em um problema financeiro significativo em pouco tempo.

Além de favorecer o risco do endividamento, isso pode acabar favorecendo a dependência desse tipo de crédito que, sobretudo, é uma prática ilegal. 

Outras alternativas

Embora o autofinanciamento possa parecer tentador, é importante buscar alternativas mais saudáveis e menos arriscadas. 

Uma opção é a renegociação de dívidas, já que bancos e instituições financeiras oferecem programas com condições mais acessíveis. Outra alternativa é optar por empréstimos com taxas menores, como crédito pessoal ou consignado, que geralmente possuem juros mais baixos do que o cartão de crédito. 

Além disso, investir em um bom planejamento financeiro, revisando os gastos, priorizando pagamentos essenciais e criando uma reserva de emergência, pode ajudar a evitar situações de crise e proporcionar mais segurança financeira.

Saiba Mais

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Referência:

https://bancopan.com.br/

https://blog.pagseguro.uol.com.br/

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